quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Confiança

Nunca fui de me entregar a qualquer tipo de homem e também nunca tive um (ou algum) tipo de relacionamento digno de virar um filme, nem mesmo um curta.
Minha mãe te um relacionamento invejável, daqueles que realmente existe um felizes para sempre. 40 anos de casamento, e parece que meus pais ainda têm um "ar" de adolescentes, de um namorico infantil. Não é para menos, eles vivem no teatro, no cinema, em festas e jantares; nunca um enjoando do outro. Um relacionamento perfeito, quem não quer?
Fiquei um tanto curiosa em saber qual é o segredo, e certo dia, cheguei em casa e perguntei a ela qual seria o tal segredinho. Ela, bastante incabulada, me respondeu que o segredo é a confiança.
Pensando nisso, pude concluir que ela tem toda a razão do mundo. Apesar de volta e meia a gente se deparar com aquelas frases prontas de que o amor pode esfrentar tudo e também a todos. Sei que na prática não é bem assim.
A reclamação é antiga: todas nós mulheres esperamos o homem certo, o príncipe encantado, o nosso Brad Pitt, Kevin Costner atuando em "Guarda-Costas" ou então Harrisson Ford, do Indiana Jones.
Homens românticos, dedicados, corajosos, lindos e malhados. Não há problemas em querer ser exigente e também querer alguém que seja especial. Mas a probabilidade de encontrar um homem que venha embrulhado em uma caixa escrita "perfect man" é impossível. Talvez não impossível, mas bastante surreal e improvável.
Tenho convicção de que a maioria das mulheres já dispensam o suposto pretendente no primeiro papo e sempre por razões devidamente fúteis. Ou porque a calça que ele veste é horrorosa, ou porque ele não passa suas roupas, ou porque ele não gosta de passeios ao ar livre, ou até porque ele não sabe comer sushi e o carro dele é do ano. Do ano de 1998.
Nem dão a chance de conhecer melhor as pessoas. Estamos em um tempo em que poucas pessoas olham nos olhos para conversar, e se esse alguém lhe olhar, creia que essa pessoa não é um "qualquer um". É especial.
Mas nós não vamos nos envolver com "aquele qualquer um", não é mesmo? Segundo minha mãe, essa ideia é ridícula. Ninguém é "qualquer um", e até um qualquer um pode sim se tornar alguém especial. Alguém que lhe ajude a contruir uma história de amor, só que isso requer tempo e uma pitadinha de paciência. E é claro, a já citada confiança.


Escrita em 24 de setembro de 2009




 
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